quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Guerra e paz


Não consigo me acostumar com essa história de enviar torpedo pras pessoas. Que idéia mais cretina. Torpedo?! Aí lembrei que quando a gente vai bem a gente mata a pau; um time bom é um esquadrão; bom desempenho é detonar; ir muito bem é estraçalhar; mulher feia é canhão; um cara forte é um tanque; fracassar é levar pau; responder de bate-pronto é cair matando; um bom palpite é um tiro certo; ser determinado é ser batalhador; ter força de vontade é ser guerreiro; o líder do time é o capitão; más notícias caem como uma bomba; o objetivo é um alvo; um grupo de voluntários é o exército da salvação; num chute na trave a bola explode contra a trave; repetir de ano é levar bomba e a vida é uma batalha.
Fico imaginando um diálogo assim:
- Vamos jantar amor?
- Claro, agora estou ocupada, eu te mando um torpedo confirmando.
Ou então uma de pai para filho:
- Filhão, quando chegar manda um torpedo pro papai.
- Claro, com certeza.
Pode ser também uma de empregado pra patrão:
- Seu Adamastor, o relatório está atrasado, preciso dele para ontem. O que o senhor me diz?
- Pode ir tranqüilo, eu mando um torpedo pro senhor.
Imaginei uma campanha para o dia dos namorados:
- Envie um torpedo a quem você ama.
Ou uma promoção-bomba:
- Nesse natal, ganhe torpedos ilimitados.
Acho que uma campanha dessas arrasaria.
- Tenho uma má notícia: seu filho levou bomba. Mas tenho certeza que no ano que vem ele vai arrebentar.
Socorro, bandeira branca amor, não posso mais.