tag:blogger.com,1999:blog-31300199057614149532024-03-13T09:46:35.636-03:00COMENDADOR POR ESCRITONando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.comBlogger70125tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-84828443864033905402012-04-27T11:43:00.001-03:002012-04-27T11:43:43.199-03:00Êxodo RuralAntes eu viatudo.<br />
Hoje eu viaduto.<br />
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-DhnUyejV0Ds/T5qwPiYvSAI/AAAAAAAAAOs/tAEOBvurKOk/s1600/Minhoc%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" oda="true" src="http://1.bp.blogspot.com/-DhnUyejV0Ds/T5qwPiYvSAI/AAAAAAAAAOs/tAEOBvurKOk/s1600/Minhoc%25C3%25A3o.jpg" /></a></div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-64169185599186664222012-04-09T23:47:00.001-03:002012-04-10T09:10:30.021-03:00Itaú, feito para você que não é deficiente<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-0FqRZ1L7dDE/T4OfGk19hdI/AAAAAAAAAOk/tzk6tdkFNGI/s1600/acessibilidade.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" nda="true" src="http://4.bp.blogspot.com/-0FqRZ1L7dDE/T4OfGk19hdI/AAAAAAAAAOk/tzk6tdkFNGI/s1600/acessibilidade.jpg" /></a>Sigo minha militância-crônica pelo respeito ao básico direito à acessibilidade.<br />
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Aquelas propagandas de banco, com musiquetas suaves, sorrisos largos, bichinhos muito fofos e abraços emocionadíssimos só engana àquele tipo de gente que ainda acredita em papai Noel. Estamos carecas de saber que eles nos esfolam até a alma. Ou melhor, até o último centavo, pois alma não tem liquidez e por isso não lhes interessa. Não vou gastar papel nem tempo para chutar cachorro morto. <br />
Toda vez que vou à agência do Itaú, uma que fica ao lado da igreja da matriz, saio de lá decidido a escrever uma crônica. Depois as miudezas do cotidiano acabam me chamando, me acalmo, tenho que buscar filho na escola, por água no filtro, responder um e-mail e a coisa esfria. Nessa semana foi diferente. Por isso estou aqui.<br />
Não existe acesso sem escada nessa agência do Itaú no largo da matriz. Para quem é portador de necessidades especiais, como eu, que sofro de esclerose múltipla há vinte e três anos e caminho com o auxílio de duas bengalas, isso é sim um caso revoltante.<br />
Até semana passada, tinha um adesivo de cadeirante numa porta de vidro na entrada lateral pela rua Barão de Itaim. Só que a porta ficava trancada. Por isso, o infeliz, no caso eu, que desejasse utilizá-la, deveria ficar batendo no vidro até que alguém, lá dentro, escutasse. Aí colava meu rosto no vidro e ficava berrando que queria entrar. Óbvio. Aí então alguém, lá de dentro, fazia um sinal para eu esperar. Mal sabia que já esperava há mais de cinco minutos, e sob o sol escaldante desta cidade. Aí aquela boa alma ia procurar com quem estavam as chaves. Mais cinco minutos torrando sob o sol. Só então alguém abria a porta e sorria para mim.<br />
- Prontinho, senhor. <br />
Na última vez que tive o desprazer de ir até a tal agência, descobri que tinham retirado o tal adesivo de cadeirante da porta lateral. Acho que resolveram assumir que estão pouco se lixando para essa frescura de acessibilidade.<br />
Então, a duras penas, entrei na agência pelas escadas de degraus larguíssimos. Depois de encerrado meu assunto com minha gerente, disse a ela sobre a falta de acessibilidade da agência. Ela então me respondeu que da próxima vez bastaria eu fazer uma ligação a ela para que abrisse a porta lateral para mim. Simples assim. Ela abriria a porta lateral para eu entrar. Bastaria um telefonema. Quanta gentileza.<br />
Essa gente não entende nada. Não mendigo favores, exijo direitos! A agência tem que oferecer, a mim e a todos os portadores de necessidades especiais, condições para que possamos entrar e sair de lá para que eles nos esfolem com seus juros escorchantes e depois nos apertem a mão com aqueles sorrisos pré-pagos. <br />
Por incrível que pareça, acessibilidade é uma conquista básica ainda não assegurada. E não estou falando de um restaurante de fundo de quintal, estou falando da maior instituição bancária do hemisfério sul.<br />
Quem cuida dessa vergonha? Qual instância do poder público deveria se ocupar disso? Alguém sabe? Eu não sei. Escrevo para aplacar minha ira santa. Pronto. Já estou melhor. <br />
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</div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-3780363828871892912012-03-29T15:18:00.002-03:002012-03-29T15:47:48.490-03:00Até tu, SESC?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-Fk7y-ORcbMY/T3SnjjWXsvI/AAAAAAAAAOc/kDGg5oFHtmE/s1600/Paralelep%C3%ADpedos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dea="true" src="http://1.bp.blogspot.com/-Fk7y-ORcbMY/T3SnjjWXsvI/AAAAAAAAAOc/kDGg5oFHtmE/s1600/Paralelep%C3%ADpedos.jpg" /></a></div>Até tu, SESC?<br />
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Semana que passou fui para Sampa participar de um curso promovido por uma querida amiga. “Ensaios ignorantes” era o nome provocante do curso. Mas topei com a ignorância bem antes de se iniciar o curso. A vida é ainda mais provocante.<br />
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Ao me aproximar de mais uma unidade do SESC, local dos tais “Ensaios ignorantes”, brincava com minha companheira sobre as chances de ter meus direitos à acessibilidade respeitados:<br />
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- Você verá, dizem que o SESC Interlagos é uma maravilha! Vamos encontrar uma vaga reservada para deficientes bem na porta de acesso ao teatro. Tenho certeza. E ao tirar meus pés do carro, serei interceptado por duas gueixas que prontamente irão tirar meus sapatos e meias e me aplicar uma massagem relaxante nos pés. Você vai ver que beleza.<br />
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Chegamos.<br />
<br />
- Desculpe senhor, aqui não pode parar. A vaga reservada para cadeirantes é ali atrás. Apontou com o dedo na direção de uma daquelas placas azuis indicativas de vagas para cadeirantes. Ôps, ao invés das gueixas um segurança. Já começou mal. A vaga ficava a cerca de cinquenta metros do acesso ao prédio. Um pouco sem sentido. O caminho era de paralelepípedos. Muito sem sentido. Garoava e o trajeto da vaga especial até a entrada do prédio era descoberta. Qual o sentido disso? A coisa passava da negligência ao sadismo. Longe, escorregadio e sem abrigo contra chuva.<br />
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Até tu, SESC? <br />
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Cheguei. Ufa!<br />
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- Por favor, onde é o teatro para os “Ensaios ignorantes”?<br />
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- É só descer as escadas. O teatro fica lá embaixo.<br />
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- Elevador?<br />
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- Não temos. Infelizmente. Mãozinhas unidas junto ao peito e sorrisinho simpático:<br />
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- Não temos.<br />
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Lá fui eu. Atenção, cautela, equilíbrio, sensatez, humildade e as bengalas. <br />
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Cheguei ufa! Mas se desci tudo isso, terei que subir!<br />
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Ainda bem que entre um evento e outro teria os “Ensaios ignorantes” para eu me recompor. O SESC sempre promove eventos tão interessantes.<br />
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Apenas sentei-me na poltrona confortável do teatro e ponderei: Se até o SESC que é o baluarte do “politicamente correto”, um militante da batalha civilizatória no país, sempre tão atento às pluralidades e aos princípios tão democráticos da república não respeita o mais básico requisito da acessibilidade, então estou frito.<br />
<br />
Por outro lado, esse é um forte indício que continuarei tendo muitos temas para escrever novas crônicas. Posso reuni-las e inscrevê-las nalgum concurso literário promovido pelo SESC. Eles promovem tantos!Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-9780322106097577512011-02-28T17:57:00.003-03:002011-03-02T01:00:01.974-03:00A arte do desencontro IV<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh4.googleusercontent.com/-1FDiI6Hg-7U/TWwL16T4KqI/AAAAAAAAAOY/scs28kilb0Y/s1600/colares.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" l6="true" src="https://lh4.googleusercontent.com/-1FDiI6Hg-7U/TWwL16T4KqI/AAAAAAAAAOY/scs28kilb0Y/s1600/colares.jpg" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Rita chegou a sua casa totalmente arrasada e seu marido quis saber o motivo.<br />
- Perdi o colar de que mais gostava. Era um que tenho desde a minha adolescência. Usei-o nos momentos mais importantes da minha vida; inclusive em nosso casamento. Procurei em todos os lugares possíveis. Agora mesmo, estou voltando do lugar que era minha última esperança de encontrá-lo, mas não o encontrei. Estou arrasada.<br />
Mario, seu marido, não se conformava com aquela atitude que considerava muito materialista e tentava demonstrar isso:<br />
- Rita, isso é só um colar. É uma coisa. Não é possível que você dê tanta importância assim, a ponto de ficar tão arrasada. Pelo amor de Deus, é um colar apenas. Na vida existem coisas muito mais importantes do que um colar. Tem tanta gente no mundo passando por dificuldades infinitamente maiores do que a simples perda de um colar. Você deveria se envergonhar.<br />
O marido apenas acabou de falar e Rita desandou a chorar ainda mais. Mario só fez piorar a situação. Rita chegava a soluçar. Na hora de dormir, confessou ao marido que o que mais tinha deixado ela triste, nem tinha sido a perda do colar, mas a falta de companheirismo dele. Ao invés de tentar consolá-la ele lhe passou um enorme sermão. Aquilo tinha deixado Rita muito triste e decepcionada.<br />
Mario ficou tão chateado com a confissão de Rita que perdeu o sono e ficou fritando na cama durante toda a madrugada, tanto que acordou com as olheiras escuras.<br />
Mario então decidiu correr atrás do prejuízo. Procurou pelo colar no álbum de fotos de seu casamento, já que não fazia a mais vaga idéia de como ele era. Isso ele manteve em segredo para não piorar ainda mais as coisas. Espantou-se ao ver como Rita era muito mais moça e bem mais magra naquela época mas encontrou uma foto onde o colar estava muito visível. Bem verdade, não achou nada demais no colar, mas como não era para ele e sim para ela, separou a foto com todo cuidado e guardou o álbum. Passou a andar com a foto no bolso, visitou inúmeras joalherias, sites de busca, chegou até a contratar os serviços de um detetive particular para encontrar o tal colar. Estava decidido a reparar sua grosseria, insensibilidade ou sei lá como Rita havia qualificado sua atitude daquele dia.<br />
Já tinham se passado dois meses quando, finalmente, a dona de uma das incontáveis joalherias com quem Mario tinha deixado a foto, telefonou informando ter encontrado uma peça quase idêntica. Mario cancelou seus compromissos, desmarcou reuniões e foi correndo a tal joalheria.<br />
Realmente o colar era muito parecido com o da foto. Quase idêntico nas palavras da dona da joalheria. Mal podia esperar para ver a felicidade de Rita quando abrisse o pacote e encontrasse o colar. Aproveitou que já tinha cancelado seus compromissos para ir até a joalheria e não voltou ao trabalho, foi correndo para casa.<br />
Rita se surpreendeu ao ver Mario chegar tão cedo. Ele foi logo explicando:<br />
- Vim para casa mais cedo por que não agüentei esperar. Dito isso estendeu as mãos na direção de Rita com o pacote do colar.<br />
Rita sorriu, apanhou o pacote e, à medida que se encaminhava ao sofá, foi fazendo aqueles gracejos tão típicos nessas ocasiões:<br />
- Ôpa, um presente. Que beleza. O que será que é? Vamos ver se adivinho. Rita pesou o presente na mão, cheirou, apalpou e sentou-se para abri-lo.<br />
- O que será que é? Estou curiosa. Vamos ver o que é. O que será?<br />
Mário estava muito contente e seu largo sorriso demonstrava isso. Durante todo o trajeto até a sua casa foi fantasiando a reação de Rita quando visse o colar, Será que choraria de novo? Provavelmente sim. E depois do choro? Talvez pulasse em seu pescoço e o enchesse de beijos e juras de amor. Ou será que lhe prepararia um jantar à luz de velas, com seu prato preferido, seguido por uma noite de amor inesquecível? Mario foi imaginando tudo isso até chegar a sua casa.<br />
Finalmente Rita abriu o pacote. Tomou o colar em suas mãos, afastou-o do rosto, olhou bem para ele, passou pelos dedos como fosse um terço e após um breve silêncio disse:<br />
- Nossa Mario, mas que tremenda falta de originalidade. Quando éramos namorados você costumava ser bem mais criativo.<br />
<br />
</div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-34967292068099670282011-02-14T17:18:00.001-02:002011-02-14T17:19:04.843-02:00Declaração planetária dos Deveres humanosAndei quase dois meses sem escrever aqui no blog. Retomo publicando a última crônica de minha coluna fixa no site itu.com.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-tHjN2J04FAg/TVl_07aFS7I/AAAAAAAAAOU/ZSeQbviavqw/s1600/Deveres+Humanos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" height="240" src="http://2.bp.blogspot.com/-tHjN2J04FAg/TVl_07aFS7I/AAAAAAAAAOU/ZSeQbviavqw/s320/Deveres+Humanos.jpg" width="320" /></a></div> <strong> Declaração planetária dos Deveres humanos</strong><br />
Já faz tempo que a Declaração Universal dos Direitos Humanos tornou-se bandeira e tema de discussões acaloradas, principalmente quando se fala de violência. Aí vem aqueles truculentos falar em direitos humanos dos bandidos e das vítimas, como se não estivessem todos englobados na categoria “humanos”. Mas não é sobre esse debate que gostaria de escrever.<br />
É que li uma frase do escritor José Saramago e minha identificação foi tão grande que me obriguei a tentar passar essa idéia adiante. Ele diz que a humanidade fala muito dos direitos humanos, mas se esqueceu de falar sobre os deveres humanos. Ôpa, já acendeu uma luzinha indicando a existência de sabedoria por perto. Logo adiante, Saramago afirma que esses são sempre deveres em relação ao outro, sobretudo. Mais adiante, ele é ainda mais claro: “Temos que acreditar nalguma coisa, e sobretudo temos de ter um sentimento de responsabilidade coletiva, segundo o qual cada um de nós seja responsável por todos os outros.” Quanta lucidez.<br />
Então fiquei pensando, em comparação à declaração universal dos direitos humanos, o que seria essa declaração dos deveres humanos. Comecei rebaixando-a de universal para planetária. Muita prepotência falar em declaração universal à partir desse minúsculo planeta situado num sistema solar na periferia de uma entre cem milhões de galáxias. Sejamos menos megalomaníacos e vamos de declaração planetária, coisa que já é muito, tanto que as guerras não cessam nunca. Evidente que o mandamento número um seria esse do Saramago, esse que fala da responsabilidade coletiva, segundo a qual cada um de nós é responsável por todos os outros. Teríamos que encontrar uma forma mais concisa do tipo:<br />
1. Somos todos responsáveis por todos.<br />
Ficou sem dúvida menos poético, mas tem mais cara de documento. Aí fiquei pensando nos outros deveres. Pensei muito e só encontrei um. Seria algo do tipo:<br />
2. O ser humano não deve fazer ao próximo aquilo que ele não gostaria que fizessem a ele.<br />
Pronto. Uma declaração simples, concisa, com apenas dois princípios. Depois fiquei imaginando se seríamos capazes de cumprir esses dois únicos princípios da Declaração Planetária dos Deveres Humanos. Tão pouco, tão simples. Acredito que consigamos. Então agora seria preciso dar a esses dois princípios o mesmo estatuto que a Declaração Universal dos Direitos Humanos conquistou.<br />
Sei que almejar a isso é ridículo mas sou palhaço e palhaços são ridículos. E já que comecei citando Saramago concluo com ele: "...sem responsabilidade, talvez não mereçamos existir."Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-64656286102098516262010-12-31T15:49:00.002-02:002010-12-31T15:49:31.594-02:00Um crime sem pena - a novela pelo twitter de 13 a 25/1225/12 - C33-Ivo sempre temeu ser um cara medíocre e nunca realizar nada q o distinguisse. Fazia tempo q considerava a ideia de matar alguém, pq não? <br />
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23/12 - C32-Ivo viu sua vida passar na tela da mente como 1 filme. A infância classe media o pai alcoólatra, o sonho de ser médico e seu gde medo. <br />
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22/12 - C31-Preciso saber p/ onde levaram Ida. PH: foi levada a um abrigo da prefeitura. Preciso saber o q vc fazia no apê de Ana na noite do crime? <br />
<br />
20/12 - C30-Ivo voltou p/ casa. O irmão de Ida o esperava. Fez ameaças, deu 2 horas p/ Ivo trazer a menina de volta. Ivo voltou a delegacia. PH riu <br />
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18/12- C29-Seqüestro? Cárcere? Dei guarida p/ menina, fui solidário s/ saber q isso era crime. Vou sair daqui bem agora. PH sorriu. Nos vemos.breve. <br />
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16/12 - C28- Pq ñ disse nada s/ a menina no interrogatório? Terei q prendê-lo p/ sequestro e cárcere privado. O assassinato da velha fica p/ depois <br />
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15/12- C27-Conheci a menina na rua e a levei p/ casa, tive pena. Ficou em casa + de mês e depois fugiu. PH: talvez seja 1 bom álibi, me acompanha? <br />
<br />
14/12 - C26-O tira conta q Ida foi encontrada dormindo na porta do apê de Ivo. Ela estava sozinha e dizia ser filha de Ivo. PH: O q me diz Sr Ivo? <br />
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13/12- C25-O interrogatório foi interrompido p/ 1 tira q trazia Ida à delegacia. "Olha aqui Dr, a menina diz q é filha do rapaz aí". PH se engasga.Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-11929315460874285592010-12-20T19:11:00.002-02:002010-12-28T11:48:28.322-02:00Infraero ANAC e TAM tratam idosos e deficientes como gado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TQ_GWsfwp-I/AAAAAAAAAOI/J9Moo49EcK0/s1600/Infraero.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" n4="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TQ_GWsfwp-I/AAAAAAAAAOI/J9Moo49EcK0/s320/Infraero.jpg" width="320" /></a></div>Fico imaginando como será a vida de quem for usar avião durante a copa do mundo em 2014. Se já vivemos um verdadeiro caos cada vez que precisamos usar os aeroportos agora, na copa, com quase um milhão de turistas na terra Brasilis, será mais fácil viajar de jegue.<br />
Aliás, a Infraero a ANAC e a TAM já tem experiência de sobra para lidar com esse tipo de animal. Refiro-me aos jegues, parentes dos cavalos, primo das vacas. Para quem acha que estou exagerando, conto o que se passou comigo, em Congonhas, no fim de semana passado.<br />
Fui convidado a participar da cerimônia de premiação do IV Concurso literário da UFF (Universidade Federal Fluminense) que aconteceria no campus da universidade em Niterói. Os organizadores do concurso foram extremamente gentis e carinhosos e ofereceram transporte aéreo e hospedagem aos finalistas do concurso. Fui.<br />
Cheguei ao guichê da minha companhia aérea para fazer o chéquim, já que o chequão a gente faz quando compra a passagem. Solicitei uma cadeira de rodas. Fui prontamente acomodado numa cadeira, é verdade que tive que dar uma reboladinha para fazer meu quadril passar entre os braços da cadeira. Não é meu quadril que é largo, era a cadeira que era ridícula. O atendente tirou-me da região do chequim e colocou-me num canto, a parte. Fiquei incomodado com a solução e tratei de procurar as rodas da cadeira com as mãos a fim de me movimentar e sair daquela posição de escanteio na qual fui colocado. Apalpo daqui, apalpo dali e surpresa: não encontro roda alguma. A cadeira de rodas não tinha rodas, pelo menos não aquelas rodas grandes que emprestam o nome à cadeira de rodas. Estava devidamente deixado de lado e sem possibilidade de me locomover caso fosse totalmente dependente de uma cadeira de rodas. Ergui-me da cadeira e levei meus documentos indispensáveis ao tal chequim me apoiando em minha bengala.<br />
Feito o chequim um funcionário da companhia aérea, muito solícito, transportou-me, naquela cadeira, até ao local do embarque. Após passar pela revista fui levado até uma espécie de baia, cercada por cordas de isolamento. Era um retângulo de aproximadamente 3x10 metros. Estacionou minha cadeira e me orientou a aguardar o embarque que ocorreria dali a umas duas horas. Na minha frente quatro ou cinco senhoras idosas e um senhor também idoso. Todos desacompanhados aguardando o embarque. A tal baia ficava bem no meio da passagem dos cidadãos “normais”, era uma espécie de mostruário ou vitrina de invalidez, por idade ou por motivo de saúde no meu caso.<br />
Como ainda faltava muito tempo para o embarque decidi locomover-me pelo saguão, dar um rolê, bisbilhotar uma livraria, beber um café expresso e esse tipo de coisa que fazemos em aeroportos enquanto esperamos nosso embarque.<br />
Ato-falho levei as mãos à lateral da cadeira em busca das rodas. Ôps, que idiota! Tinha me esquecido. Levantei-me, desencaixei o quadril com certo esforço, a cadeira levantou junto, mas logo cedeu e soltou-se das minhas ancas estreitas. Peguei minha bengala e nova surpresa: não tinha saída naquele retângulo cercado por cordas. Sob os olhares incrédulos dos demais confinados, liberei a corda de um dos lados do retângulo quando fui abordado por uma funcionária da companhia aérea:<br />
<br />
- Pois, não, o que senhor deseja?<br />
<br />
- Eu desejo tomar um café, passear e principalmente sair dessa baia aberta à visitação pública na qual fui colocado.<br />
<br />
- Desculpe...<br />
<br />
Como a funcionária não me entendeu fui mais direto e conciso:<br />
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- Quero sair daqui.<br />
<br />
- Ah, mas o senhor não pode...<br />
<br />
Nem deixei completar as balelas que iria dizer:<br />
<br />
- Claro que vou sair, você deve estar maluca.<br />
<br />
- Mas a passagem do senhor ficou com o funcionário. Os passageiros especiais têm que esperar aqui.<br />
<br />
Espichei o pescoço para dentro do balcão e vi uma passagem, num ato de rebeldia, meti a mão lá dentro, peguei a passagem – depois conferi e constatei que de fato tratava-se da minha passagem - e sob o olhar estupefato da funcionária, liberei a corda de isolamento e, antes de recolocá-la no lugar, olhei para meus companheiros de vitrina da invalidez como que os convidando a um ato de rebeldia. Ninguém se mexeu. De certo haviam sido bem orientados. Rompi os grilhões da Infraero. Estava livre. Caminhei e lá de fora pude contemplar a cena medonha daqueles senhores expostos à visitação pública, ilhados, confinados num cercadinho como se fossem bebês ou pior, como se fossem porcos ou vacas num curral.<br />
Então isso é tratamento especial? Esse povo precisa tomar vergonha na cara. <br />
A tempo: embarquei, compareci a cerimônia de premiação e fui classificado em primeiro lugar no concurso de contos.Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-76560583513317674502010-12-19T16:26:00.001-02:002010-12-19T16:27:37.001-02:00Conto premiadoMeu conto "Cinquenta anos...e agora?" foi classificado em primeiro lugar no IV concurso de literatura da Universidade Federal Fluminenese (UFF).<br />
Abaixo um tiragosto e o link para quem quiser a refeição completa.<br />
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<div style="text-align: center;">50 anos... e agora?</div>"O range-range da velha cadeira de balanço só cessava quando dona Benedita pegava no sono. Era uma velha casa com piso de tábuas. Tudo rangia por ali. <br />
<br />
- Dona Benedita, tem um homem lá no portão.<br />
<br />
- Então pode mandá-lo embora, pois não estou esperando ninguém. <br />
<br />
- Ele está forçando o portão.<br />
<br />
- Solta os cachorros.<br />
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- Agora está mexendo na corrente que fecha o portão.<br />
<br />
- Solta os cachorros já falei.<br />
<br />
- O homem está chacoalhando o portão.<br />
<br />
- Chama o Teodoro.<br />
<br />
- Hoje é domingo, folga do Teodoro. Esqueceu? O homem está tirando o terno.<br />
<br />
- Chama a polícia, deve ser um tarado."<br />
<br />
<a href="http://comendadorporescrito.blogspot.com/p/cinquenta-anose-agora-1-lugar-no-iv.html">http://comendadorporescrito.blogspot.com/p/cinquenta-anose-agora-1-lugar-no-iv.html</a>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-16977696818375344002010-12-13T21:34:00.002-02:002010-12-13T21:34:54.702-02:00Um crime sem pena - Folhetim via twitter - veja o que aconteceu na terceira semana11/12 C24- Ivo sentia-se acuado e gaguejou mais de uma vez. PH fechava o cerco. O interrogatório durou 4 hs e acabou de modo surpreendente p/ PH. <br />
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10/12 C23- Estou explicando q onde quero ñ posso chegar; me acompanha? Minha esperança é q meu suspeito é inteligente e entenderá. Me acompanha? <br />
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9/12 C22- PH prossegue: como delegado responsável p/ inquérito ñ posso fazer isso, vc me acompanha? Ñ entendo onde quer chegar, lamenta-se Ivo <br />
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8/12 C21-PH: tenho tantos indícios contra meu suspeito q, se tivesse oportunidade, daria jeito de aconselhá-lo a apresentar-se como réu confesso. <br />
<br />
7/12 C20- PH, palito entredentes: Ñ percamos tempo. Nem o teu nem o meu. Se houve 1 crime há 1 criminoso. Tenho um suspeito. Você me acompanha? <br />
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6/12 C19- Ivo se sente pressionado e responde: acho q ñ seria humano matar por causa de dinheiro. PH solta uma gargalhada e convida Ivo a entrar.Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-27961568891432629652010-12-11T14:48:00.003-02:002010-12-14T12:05:15.569-02:00O menos é mais<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TQd5HjE3DnI/AAAAAAAAAOE/n0tD4mjQgJE/s1600/lixo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" n4="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TQd5HjE3DnI/AAAAAAAAAOE/n0tD4mjQgJE/s1600/lixo.jpg" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Parece que a gente passa a vida sendo confrontado com números e avaliações. Notas na escola, rankings do seu time do coração, número de medalhas ganhas ou perdidas desde a infância, acervo de livros e CDs, graus de especialização profissional e por aí vai. </div>Outro dia li na capa de uma revista que folheava num consultório médico: Trezentas e cinqüenta dicas para você arrasar nesse verão. Sempre concebi “dicas” como pequenas pérolas; toques preciosos, segredos compartilhados entre grandes amigos, pequenas gotas de sabedoria passadas de pai para filhos. Trezentas e cinqüenta dicas me pareceram um assombro.<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Estamos em época de natal e o apelo por mais consumo fica ainda mais truculento. Em casa fizemos uma limpeza nos brinquedos do Léo e nos espantamos com o mundaréu de coisas que ele já tem com apenas cinco anos de idade.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Ligo o rádio e ouço boletins atualizando notícias a cada trinta minutos.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Há pouco nos mudamos para Itu e à medida que encaixotávamos nossas coisas íamos nos espantando: será que a gente precisa mesmo de tudo isso pra viver? </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Diariamente fico preso em engarrafamentos abissais e leio nos jornais que a indústria de automóvel vive batendo recordes de produção.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Outro dia apresentei meu espetáculo de palhaço em uma grande empresa em São Paulo Fazemos um jogo no qual recebemos frases escritas colhidas junto à nossa platéia. Uma delas dizia: “vou ficar rico até completar vinte e cinco anos” e outra “quero juntar um milhão de dólares antes dos trinta anos”. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Tiramos do planeta tudo que conseguimos, até nas profundezas do solo enfiamos sondas para sugar mais e mais riquezas. Mineiros morrem soterrados em minas espalhadas pelo mundo.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Isso tudo me remete à tragédia de Sísifo, herói condenado pelos deuses à tarefa inesgotável de todos os dias carregar uma enorme pedra até o topo de um penhasco e vê-la despencando ribanceira abaixo. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Noite dessas, olhei para o céu e ele estava estrelado. Sei que são cem milhões de estrelas só em nossa galáxia. E nossa galáxia é uma perdida entre outros cem milhões de galáxias. Saber que toda aquela imensidão não tem dono e nunca poderá ter devolveu um pouco de paz ao meu espírito e fui dormir com um sorrisinho besta de canto de boca. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Na manhã seguinte, quase engasguei e por pouco não cuspi o gole de café com leite que acabava de saborear ao ler no jornal que o homem já tem data para sua primeira viagem tripulada a marte.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-79866958884757809442010-12-08T16:10:00.003-02:002010-12-08T17:44:37.818-02:00Espelho meu, existe alguém mais feio do que eu?<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TP_Jqhqn4EI/AAAAAAAAAN8/KUQq4KVxVZ4/s1600/bruxa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" n4="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TP_Jqhqn4EI/AAAAAAAAAN8/KUQq4KVxVZ4/s320/bruxa.jpg" width="237" /></a></div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">Existem informações que estão disponíveis o tempo todo, mas ajo como se não as visse. Me envergonho mas não o suficiente para mudar minha atitude.<br />
Um; dois; três; quatro; cinco.A cada cinco segundos uma criança morre de fome no mundo.<br />
Quando não há o que comer, o corpo entra em um ciclo vicioso: a falta de alimento gera falta de energia e fadiga. Ao perder as forças a pessoa perde a vontade de comer, deixa de se mexer e até de falar. Seu estômago atrofia o que faz com que os mecanismos reguladores da fome deixem de funcionar, por isso crianças desnutridas acabam ficando desidratadas. A pele ressecada se abre em feridas que irão infeccionar, o músculo atrofiado dói a qualquer movimento e o tubo digestivo é atacado por fungos, fazendo com que engolir se torne impossível. Sem receber os nutrientes necessários para manter as funções vitais como respiração e batimentos cardíacos, o corpo busca energia na reserva de gordura e nos músculos e modifica suas funções, como o equilíbrio celular. A pessoa tem seus traços emaciados e seus músculos atrofiados. Os cabelos se tornam brancos ou avermelhados.<br />
Agora mesmo cerca de um bilhão de pessoas estão sentindo tudo isso que acabei de falar apesar de a indústria alimentícia produzir alimentos suficientes para abastecer uma vez e meia a população da Terra.<br />
Que coragem é essa que me falta? Até quando serei tão cruel e indiferente ao sofrimento do próximo? Se visse meu filho com fome eu seria capaz das maiores grandezas, sacrifícios e loucuras, como são os filhos dos meus irmãos eu lhes ofereço minha solene indiferença e os entrego aos urubus. E ainda tem gente que não acredita no demônio. É que eles ainda não me conheceram.<br />
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</div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-53670863164849154782010-12-06T11:34:00.001-02:002010-12-06T11:38:47.608-02:00Um crime sem pena de 29/11 a 04/12Acompanhe o que aconteceu na primeira novela via twitter durante a semana passada:<br />
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04/12 C 18- O delegado PH recebe Ivo na porta da delegacia. Sorridente indaga: vc acha q algum inquilino inadimplente gostaria de ver Ana morta <br />
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03/12 C 17-Ivo acolhe Ida.Dizem no bairro q a morte de Ana foi criminosa, provavelmnte algum inquilino perdulário.Ivo irá depor na manhã seguinte <br />
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02/12 C16 - Ida conta onde esteve p/ 15 dias e desculpa-se p/ sumiço. Ivo a abraça e chora. Ida visitou seu irmão + velho mas foi mandada de volta <br />
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01/12 C 15 - Ivo deve comparecer à delegacia p/ depor. Suas ideias estão em rebuliço. Ida, doente e chorando, toca a campainha. Ivo a faz entrar. <br />
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30/11 C 14 - Investigações preliminares indicam q houve envenenamento, resta saber se foi criminoso ou acidental. Chega um aintimação para Ivo. <br />
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29/11 C 13 - Uma filha de Ana avisa, via fone, q a velha foi encontrada morta em seu apê. Há suspeita de envenenamento. Ivo pergunta s/ o enterro.Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-9207948755555705242010-12-01T13:45:00.003-02:002010-12-01T16:32:36.960-02:00Subvertendo protocolos<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TPZsykVL4gI/AAAAAAAAAN4/3Q3VXZOlWAc/s1600/trem2_34.jpg" imageanchor="1" style="height: 357px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; width: 259px;"><img border="0" height="640" ox="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TPZsykVL4gI/AAAAAAAAAN4/3Q3VXZOlWAc/s640/trem2_34.jpg" width="515" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Às vezes fico pensando como seria a vida se rompêssemos certas regras pré –estabelecidas. Nem falo de revolução, povo em armas ou guerrilha urbana. Penso no pequeno. Se, por exemplo, respondêssemos de verdade quando nos saúdam com a formalidade de sempre: Oi, como vai? Tudo certo? Se tomássemos essa pergunta como um desejo real de tomar pé da vida do outro eu convidaria meu amigo (?) a sentar-se e lhe diria: <br />
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Mudei-me para o interior e só fiz confirmar meu aprendizado de quando tinha vinte e um anos: mudanças trazem bem aventurança. O movimento da mudança, nem importa muito a direção, já revitaliza,oferece novas perspectivas para antigos enquadramentos, sugere possibilidades, confessa preferências esquecidas. Mantém o disco rodando, evita acomodamento. E com os inevitaveis medos e desconfianças a gente aprende a lidar e até que começa a gostar do frisson que causam.<br />
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Coincidência ou não a volta ao interior tem duplo sentido. Tenho tempo de conversar com minha companheira mesmo quando não temos assunto. A falta dele traz as bobagens, as tolices e de repente alguém se lembra: Ah, queria te falar uma coisa! Ficamos tanto tempo nesse namoro besta, rindo baixinho para não acordar o Léo, vendo estrela cadente e tirando par ou impar para ver quem vai buscar o suco de goiaba e quando nos damos conta já passamos da hora de dormir faz tempo.<br />
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Sem falar da rotina de algazarra do Leó que chega da escola e ja vai pedalar na rua sem medo de ser atropelado e das visitas que, sem nos avisar, ele faz às casas dos amiguinhos e deixa a gente procurando por ele, tocando campainha e recebendo consolo de mães solidárias: Ai, o meu também, vive sumindo.<br />
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Acho que agora eu sou isso, um homem do interior. <br />
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Parece que agora tenho tempo para decantar-me. Provavelmente depois será bom chacoalhar de novo para misturar tudo outra vez mas aí já estou indo rápido demais, vício antigo sendo diluído em gotas homeopáticas de vida nova.<br />
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Toda vez que me sentava em minha cabina, ajeitava minha bagagem e ficava olhando pela janela do trem via aquela cidade desconhecida que já tinha virado familiar sumindo para sabe-se lá quando, provavelmente nunca mais, eu sorria certo das novidades que encontraria em meu próximo destino e mais tarde abandonaria como agora abandonava aquela. Mudar é bom. Eu só tinha vinte e um anos e fiquei marcado para sempre, isso não muda mais e gosto que não mude. É a tal exceção à regra.<br />
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Sinto-me como quando uma criança que depois de ficar muito tempo com a cabeça para fora do carro resolve se sentar novamente para curtir a viagem de outra forma. A diferença é que não fico mais perguntando se falta muito para chegar pois já descobri que nunca chegaremos.<br />
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E você, como vai?<br />
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</div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-6747399328616131082010-11-29T15:51:00.001-02:002010-11-29T15:52:57.209-02:00Um crime sem pena, o primeiro folhetim via twitter<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TPPoG5ggT3I/AAAAAAAAAN0/kX4RRrISvrU/s1600/telefonema.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ox="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TPPoG5ggT3I/AAAAAAAAAN0/kX4RRrISvrU/s1600/telefonema.jpg" /></a>Segue os capítulos da semana que passou.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">27/11 C 12 - Perambula p/ madrugada atrás de Ida. Ninguém sabe da menina. Quase amanhecendo retorna ao seu apê. Lá recebe uma notícia assombrosa </div><br />
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26/11 C 11- Ivo procura Ida e ñ a encontra. Percebe q o apê foi revirado. Preocupado c/ o estado precário da saúde de Ida vai a rua p/ procurá-la. <br />
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25/11 C10 - Ivo caminha apressado de volta à sua casa. As mãos suam frias. A respiração ofegante. Assusta ao encontrar a porta do seu apê aberta <br />
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24/11 C9 - Ivo se assusta com a campainha, corre até a cozinha e tenta abrir a porta de serviço. Tocam de novo. Ivo foge pela escada dos fundos. <br />
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23/11 C8 - Ida acorda no apê de Ivo. Furta um relógio e 2 camisetas. Parte antes q Ivo volte. Ainda doente retorna ao farol onde conheceu Ivo. <br />
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22/11 C7 - Ivo revira o apê. Passa 10 minutos na cozinha e descobre uma caixinha cheia de $ no armário da velha. Alguém toca a campainha, de novo.Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-54583664289043423122010-11-25T14:32:00.001-02:002010-11-25T14:34:01.793-02:00Tem conto novoAcabo de postar um novo conto. <br />
Chama-se "Um caso de corporativismo. Um caso"<br />
Abaixo segue um "tira-gosto":<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TO6PgSvT4MI/AAAAAAAAANw/as_JkKYtFRY/s1600/papagaio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ox="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TO6PgSvT4MI/AAAAAAAAANw/as_JkKYtFRY/s1600/papagaio.jpg" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">"Seu Renato, sempre vestido impecavelmente, era um homem metódico. Um homem metódico. Marido exemplar. Era comentário geral a elegância de seu Renato. Poucos sabem colocar a camisa por dentro da calça como ele. Um perito. Sempre bem passadas. Perito. Um perito. Nenhum vinco fora de lugar. Mantinha como um tesouro a sua coleção de camisas. Todas beges. Beges.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Há meses uma coisa o intrigava: ao descer as escadas que o conduziam à calçada topava, cotidianamente, com um estranho prato de plástico preto com água pela metade. Parecia provocação de alguém. Provocação de alguém. O prato, mesmo depois de ser esvaziado e recolocado em seu devido lugar, amanhecia obstruindo o caminho do síndico, sempre com água pela metade. Com água pela metade.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">As coisas estavam ficando insuportáveis a ponto de seu Renato convocar uma reunião com todos os funcionários do condomínio. Insuportáveis."</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"> Quer continuar? Esse conto está disponível na coluna "contos", abaixo, à direita.</div>Boa leitura.Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-57295537050177422062010-11-23T19:57:00.003-02:002010-11-23T22:00:27.028-02:00Nomes proféticos<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TOxU8i49rzI/AAAAAAAAANs/ZFRJ-0frezc/s1600/vidente.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ox="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TOxU8i49rzI/AAAAAAAAANs/ZFRJ-0frezc/s1600/vidente.jpg" /></a></div><br />
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Cada vez mais acredito menos em coincidências, o que sei, não significa nada. Escrevo isso só para tentar justificar uma brincadeira que fiz. Fiquei imaginando em que medida somos o que somos em função de nosso nome. Afinal nosso nome é nossa identificação máxima. Quando recebemos cartas, quando procuramos nosso nome numa lista ou assinamos um cheque o desenho do nosso nome é a coisa mais familiar do mundo, deixa de ser um conjunto de letras associadas segundo regras fonéticas para ser uma coisa só, um símbolo de nós mesmos.<br />
Dando corda a esse devaneio brinquei de decifrador de destinos a partir unicamente dos nomes das pessoas. Se der certo posso até abrir uma tendinha lá na Matriz. A quem interessar, basta enviar-me seu nome que direi seu destino. Abaixo segue uma lista de clientes satisfeitos.<br />
Iris é oculista;<br />
Amado ganhou mais um fã clube;<br />
Flora estuda botânica;<br />
Eugênio sempre foi um narcisista;<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Lindomar entrou para a marinha;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Caio levou um tombo;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Glória sagrou-se campeã;</div>Margarida, Hortência e Rosa têm uma floricultura;<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Omar mudou-se para o litoral;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TOxU8i49rzI/AAAAAAAAANs/ZFRJ-0frezc/s1600/vidente.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a>Eudes publicou uma autobiografia;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Caim chutou um cachorro;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Aguiar é motorista;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Mercedes é linda, uma máquina;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Serena dá cursos de meditação;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Jurema adora ervilha</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">e eu agradeço tua leitura.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-85060097668591922782010-11-21T19:33:00.001-02:002010-11-21T19:34:52.732-02:00Um crime sem pena - de 15 a 20/11Segue os capítulos da semana da primeira novela via Twitter - <strong>Um crime sem pena</strong><br />
<br />
20/11 C6- 5 lances de escada e a faquinha. Entra. O cheiro da velha. Aceita seu ódio p/ ela. O cheiro. Na lista de inquilinos lê: "Ivo-lixo". <br />
19/11 C5- Ivo, caminha p/ casa de Ana. Rumina uma ideia: decisões drásticas nos tornam donos de nossos destinos. Se convence disso. Chega enfim <br />
18/11 C4-Ida, 5, órfã é escravizada p/ mãe de rua. Doente e faminta comove Ivo. Ele a trata e ela adormece. Ivo, perturbado, retoma seu plano. <br />
17/11 C 3: Rumo ao apto de Ana, Ivo encontra Ida, 5, doente e moradora de rua. A menina conta sua história a Ivo q se comove e leva-a p/ sua casa. <br />
16/11 Cap 2: Ivo acha Ana uma velha mercenária e avarenta. Para Ana, Ivo não passa de um vagabundo desempregado. A velha mora só e Ivo sabe disso <br />
15/11 Ivo, 27, desempregado, deve 6 meses de aluguel. Ana. 83, viúva, vive do $ desse aluguel. Situação insustentável. Ivo tem 1 plano abominável.Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-77645849399884293152010-11-17T14:06:00.002-02:002010-11-17T19:48:12.711-02:00Um crime sem pena - Folhetim via twitter<a href="http://4.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TOP9ToUUo7I/AAAAAAAAANk/b4Fxh_6mUqc/s1600/twitter.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="149" px="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TOP9ToUUo7I/AAAAAAAAANk/b4Fxh_6mUqc/s200/twitter.jpg" width="200" /></a> <br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Acabo de começar um folhetim via twitter. Serão capítulos diários, enviados entre 20 e 21hs. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Aqui no blog trarei, semanalmete, o conteúdo da semana que passou.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">08/11- Crime, suspense, emoção. O primeiro folhetim via twitter está chegando. Em breve. Divulgue, ReTuíte.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"></div><br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">09/11- Um crime, um suspeito, nenhum motivo. Dia 15/11 começa o primeiro folhetim via twitter da história. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">10/11- Um encontro com uma garota de cinco anos pode mudar a sua vida. Dia 15/11 no primeiro folhetim via twitter. Aguarde. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">11/11- Um investigador dissimulado vai deixar o criminoso em pânico. "Será q ele já sabe q fui eu?" Dia 15/11 no primeiro folhetim via twitter.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">12/11- De segunda a sexta um novo capítulo a cada dia. Por quanto tempo pode durar um crime perfeito? Dia 15/11 no primeiro folhetim via twitter.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">13/11 - Uma garota de cinco anos precisa salvar um assassino. A partir do dia 15/11 no primeiro folhetim via twitter. Está chegando a hora!</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">15/11 - Um crime sem pena - O 1º folhetim via twitter está começando hoje. Será 1 cap. diário de segunda a sáb. Em seguida vc vai receber o 1º cap</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">15/11 Cap 1:Ivo, 27, desempregado, deve 6 meses de aluguel. Ana. 83, viúva, vive do $ desse aluguel. Situação insustentável. Ivo tem 1 plano abominável.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">16/11 Cap 2:Ivo acha Ana uma velha mercenária e avarenta. Para Ana, Ivo não passa de um vagabundo desempregado. A velha mora só e Ivo sabe disso.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-7834280134294702972010-11-03T14:57:00.000-02:002010-11-03T14:57:15.720-02:00Alta tensão<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TNGUNP9OUoI/AAAAAAAAANg/LV7XsZbeE24/s1600/futebol+de+rua.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" px="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TNGUNP9OUoI/AAAAAAAAANg/LV7XsZbeE24/s320/futebol+de+rua.jpg" width="256" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"></div><br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">O portão da Light era de ferro,</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">cada gol que a criançada fazia</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">gerava um estrondo tão forte</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">que acordava o vizinho.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Sua presença furiosa no portão</div>nos deixava em estado de choque.Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-70605440900483287562010-11-01T18:04:00.001-02:002010-11-01T18:05:07.622-02:00Alívio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TM8dLQq_9VI/AAAAAAAAAM8/R0_NVrK3Nhs/s1600/amor+ao+próximo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" nx="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TM8dLQq_9VI/AAAAAAAAAM8/R0_NVrK3Nhs/s320/amor+ao+pr%C3%B3ximo.jpg" width="320" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Qualquer amor, por menor que seja,</div>é já como uma bóia lançada na direção <br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">da multidão de náufragos agonizantes,</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">um sentido provisório para a existência absurda. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-77892518607963893492010-10-16T20:20:00.005-03:002010-10-16T20:30:02.782-03:00Pau que nasce torto<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TLo1HMVmECI/AAAAAAAAAM4/qigCYM2BTQc/s1600/folião.jpg" imageanchor="1" style="cssfloat: left; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ex="true" height="200" src="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TLo1HMVmECI/AAAAAAAAAM4/qigCYM2BTQc/s200/foli%C3%A3o.jpg" width="131" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Seu Esteves foi várias vezes expulso de casa pela mulher e pelos filhos. Sempre dava um jeito de voltar até que um dos filhos fez uma queixa na polícia e o pai foi preso. Passados dez dias preso nunca mais voltou a molestar a família, só aparecia vez em quando para mendigar um prato de comida. Se um dos filhos chegasse, seu Esteves largava a comida e saia correndo com medo de ser denunciado novamente. Numa noite de natal, o velho tomou coragem, reapareceu na casa, encarou os filhos e a mulher e disse: seu pai é um ignorante, um bêbado, um desocupado, mas não é cachorro pra ser enxotado de casa numa noite de natal. Os filhos e a mulher sentiram pena e deixaram o velho participar da ceia. Seu Esteves se portou tão bem que deram uma nova chance a ele. Durou até o carnaval.</div></div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-39013394975296699972010-10-06T15:28:00.000-03:002010-10-06T15:28:02.150-03:00Eu<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"></div><br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TKy_bT089VI/AAAAAAAAAM0/Ylpdzd37vuA/s1600/abismo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ex="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TKy_bT089VI/AAAAAAAAAM0/Ylpdzd37vuA/s1600/abismo.jpg" /></a>Ai! Que nunca estou a salvo</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">dessa queda sem fim</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">que não encontra o alvo</div>e nunca me derruba em mim.Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-75598134119480793442010-09-29T16:31:00.001-03:002010-09-29T16:32:07.296-03:00Um conto de natal<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TKOTqPblXzI/AAAAAAAAAMw/K8JYx5xJjgw/s1600/o-que-e-anorexia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" px="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TKOTqPblXzI/AAAAAAAAAMw/K8JYx5xJjgw/s320/o-que-e-anorexia.jpg" width="227" /></a></div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Magda está de dieta. Ninguém da família sabe, afinal todos dizem que ela já está muito magra e ninguém concordaria com uma dieta para uma menina com treze anos que pesa quarenta e cinco quilos. Seu presente de natal será um DVD de um desses grupos de jovens adolescentes que se revezam no primeiro lugar das paradas de sucesso. Seus pais prepararam uma linda festa de natal, com presépio, ceia, amigo secreto e papai Noel. Bem na hora que o bom velhinho chegou, Magda estava vomitando no banheiro. Magda estava pensando em se matar, mas como o pai avisou que o Papai Noel já estava indo embora a menina arrumou o cabelo, ajeitou a roupa e voltou, abraçada ao pai, para a festa de natal. Por sorte, chegou a tempo de receber das mãos do papai Noel seu DVD novo.</div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-78637987329342926502010-09-24T16:29:00.001-03:002010-09-24T16:40:14.889-03:00A tarada do elevador<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TJz8Am0BXtI/AAAAAAAAAMs/0xX6KKumyJ4/s1600/elevador.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" px="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TJz8Am0BXtI/AAAAAAAAAMs/0xX6KKumyJ4/s1600/elevador.bmp" /></a></div>Dona Mercedes já estava muito próxima, apenas algumas poucas quadras, dois, talvez três, faróis e chegaria ao local de sua tão temida entrevista. Entre um cruzamento e outro conferia a sua aparência no retrovisor para logo em seguida ajustar o espelho à função original. A leve chuva que caia tornava o trânsito ainda mais lento do que o habitual. Parada no farol Dona Mercedes checou sua roupa, passou a mão nos ombros para limpar a caspa, coisa que ela nunca teve, mas sempre receou ter. Suspirou fundo. Ergueu e soltou os ombros buscando relaxar um pouco. Buzinaram. Ai, que povo mais sem paciência, pensou dona Mercedes à medida que punha o carro em movimento. Num ato impulsivo e libertário afrouxou o cinto de suas calças. Soltou a barriga e deu um longo suspiro de alívio. Ufa!<br />
<br />
Finalmente chegou ao destino. Dez minutos antes do combinado. Bom sinal. Por sorte o prédio ficava ao lado de um estacionamento. Entregou a chave do carro ao manobrista, deu uma última olhada no retrovisor e desceu. O manobrista aguardava indiferente, tomou a chave em suas mãos e entregou o tíquete à dona Mercedes.<br />
A entrada do prédio era suntuosa. Erregê, cepeéfi, foto, nome, destino. Uma verdadeira operação de guerra só para entrar no prédio, depois ainda viria a entrevista. <br />
Dona Mercedes ainda podia se considerar jovem. Pela sua aparência, seus quarenta e quatro anos de idade poderiam facilmente ser reduzidos a uns trinta e oito, talvez trinta e sete. Estava desempregada já há um ano. Filho criado, separada, dependia muito mais de seu salário do que da pensão irrisória que recebia do ex. <br />
Finalmente o elevador chegou. Ele já veio bem cheio da garagem do andar de baixo.<br />
- Por favor. O rapaz fez um gesto abanando o braço direito e curvando a coluna. Deu passagem à dona Mercedes que agradeceu e procurou o painel com o número dos andares.<br />
- Em qual andar a senhora vai?<br />
- Décimo quarto, por favor.<br />
- Vai no escritório da Irmanos Brothers Consultory?<br />
- Sim senhor.<br />
- Eu trabalho lá.<br />
- Vou fazer uma entrevista.<br />
- Boa sorte.<br />
Essa breve conversa foi seguida por um silêncio constrangido. Dona Mercedes deu dois passos para trás, pois o elevador parou no terceiro andar e entraram mais cinco pessoas. Continuaram a conversa que mantinham enquanto esperavam o elevador.<br />
- Olha, mas essa mancha no rosto não dá nem para perceber.<br />
Todos no elevador, que até então não tinham percebido a mancha no rosto do rapaz, rapidamente identificaram o sinal escurecido ao lado do seu olho direito.<br />
- Nossa, não dá para perceber de jeito nenhum, é bem disfarçada. Eu no seu lugar não faria cirurgia nenhuma. Isso é uma nota e a gente nem sabe se vai ficar bom. Deixa assim que está ótimo, ninguém percebe.<br />
Novo silêncio. O elevador parou no sétimo andar, saíram duas pessoas e entraram mais cinco. No saldo eram três pessoas a mais e dona Mercedes encurralada no fundo do elevador. Pisaram no seu pé.<br />
- Ôps, desculpe.<br />
- Não foi nada.<br />
Os que entraram continuaram a conversa lá de fora.<br />
- Tenho certeza que foi no ano passado. Chamaram até os bombeiros.<br />
- Eu lembro, pois eu fui um dos que foram resgatados pelos bombeiros. Mas não foi no ano passado, imagine, faz muito mais tempo. Os elevadores nem tinham passado ainda pela vistoria.<br />
Quando o elevador parou no décimo andar e dona Mercedes viu mais um grupo de quatro rapazes não teve dúvidas:<br />
- Já está lotado.<br />
- Não, cabe mais um.<br />
- Mas são quatro.<br />
- Ah, mas dá-se um jeitinho. Para tudo tem um jeito.<br />
Todo mundo deu um passinho para trás, menos dona Mercedes que já estava encostada na parede do fundo do elevador.<br />
- Não cabe gente, esse elevador vai cair.<br />
- Cabe sim, pode entrar, tem gente que não colabora, mas dá para entrar sim, dá-se um jeito.<br />
Entraram os quatro rapazes e mais uma senhora que deu uma corridinha antes que a porta do elevador se fechasse.<br />
- Obrigado.<br />
E continuaram o papo lá de fora.<br />
- Eu não pego fila de terceira idade, Deus me livre. Já moro sozinha, não tenho ninguém, se pegar a fila da terceira idade no banco aí que eu não converso com mais ninguém. Encontro tanta gente simpática para conversar. Fila de terceira idade? Não uso mesmo.<br />
Pararam no décimo segundo.<br />
- Gente, pelo amor de Deus, não cabe mais ninguém. Dona Mercedes foi voto vencido.<br />
- Cabe sim, para tudo dá-se um jeito. É só apertar mais um pouquinho.<br />
Entraram.<br />
- Tem gente que só pensa em si.<br />
- Mas é que eu já estou toda amassada.<br />
- Todo mundo está minha senhora.<br />
- Mas eu estou mais, estou aqui no fundo.<br />
Silêncio.<br />
Pararam no décimo terceiro onde desceram duas pessoas. <br />
- Olha, acho que vou descer aqui, eu subo o último lance de escada.<br />
- Esse elevador não dá acesso às escadas.<br />
Finalmente chegaram ao décimo quarto. Dona Mercedes pedia licença, estava aflita e com medo de não conseguir sair.<br />
- Vai descer, vai descer. No afã de não perder o andar dona Mercedes conjugava o verbo como se fosse índio: Vai descer. <br />
Uns saíram do elevador, outros se apertaram, mas todos perceberam que as calças de dona Mercedes estavam caindo. Foi culpa do cinto que ela afrouxou quando ainda estava no carro. Conforme ela ia andando a calça ia descendo. O constrangimento foi geral. Dona Mercedes, com as calças já nos joelhos, atribuía a dificuldade em andar à aglomeração no elevador, não percebeu que suas calças já estavam abaixo dos joelhos.<br />
Quando finalmente saiu do elevador, aqueles que tinham saído para que ela pudesse descer voltaram rindo para o elevador. <br />
Foi só quando já estava fora do elevador e a porta já quase fechada que dona Mercedes deu conta de que suas calças já estavam nos seus pés. Ficou roxa de vergonha, suspendeu as calças e quis sumir. Os que passavam pelo corredor afetavam indiferença, mas o acontecido virou assunto por anos. A mulher que tirou as calças no elevador. Uns diziam que ela se masturbava, uma tarada por aglomerações, outros garantiam que era uma louca totalmente obcecada por sexo.<br />
Dona Mercedes desistiu da entrevista e fugiu pelo elevador dos fundos.Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3130019905761414953.post-87809227972394024942010-09-22T00:13:00.000-03:002010-09-22T00:13:06.792-03:00Condição necessária e suficienteO nada nem sequer pode existir.<br />
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<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TJl0DVQ6CkI/AAAAAAAAAMU/Q7Fv1cW5x7s/s1600/m_c_escher_relatividade_lego.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" qx="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_THO-xDuled0/TJl0DVQ6CkI/AAAAAAAAAMU/Q7Fv1cW5x7s/s320/m_c_escher_relatividade_lego.jpg" /></a></div>Nando Bolognesi/palhaço Comendadorhttp://www.blogger.com/profile/04203250852069784472noreply@blogger.com0